Lista de produtos da marca Fundação Eugénio Almeida
A Adega Cartuxa na Quinta de Valbom está estreitamente ligada à Companhia de Jesus.
Fundada por Santo Inácio de Loyola em 1540, a Ordem teve uma vocação missionária ligada ao ensino. Foi precisamente nesta área que a sua presença em Évora foi mais proeminente, em primeiro lugar com a criação do Colégio Espiritu Santo por volta de 1551 e mais tarde, com a criação da Universidade em 1559. No ano de 1580 o padre jesuíta Pedro Silva, reitor da Universidade, queria adquirir a Quinta de Valbom para abrigar a faculdade da Universidade. A construção do que se tornaria a Casa Jesuíta de descanso levou cerca de 10 anos e resultou em um edifício com vários alojamentos, refeitório e capela.
Em 1759, com a expulsão da Companhia de Jesus do país pelo Marquês de Pombal, o quinto, com sua construção, tornou-se parte da propriedade estatal, tendo, alguns anos depois (1776), e pela primeira vez, sido equipado com uma prensa de vinho que rapidamente ganhou importância na região.
A proximidade do Mosteiro de Cartuxa, erguida no meio do século. XVI, determinou a designação pela qual a adega de Cartuja era conhecida até hoje. Em 1869, o bisavô do fundador, José Maria Eugénio de Almeida, adquiriu a Quinta, que foi colocada à venda no contexto do longo processo de aplicação das políticas liberais de Mouzinho da Silveira com a nacionalização dos bens da Igreja e da Coroa e sua subseqüente venda aos indivíduos. Após sua morte, Carlos Maria Eugénio de Almeida, avô do fundador, se esforçaria pela continuidade e expansão da produção da Casa Agrícola Eugénio de Almeida.
Foi por sua iniciativa o plantio das vinhas que constituíam a origem mais remota dos vinhos da Fundação. Com a expansão progressiva e o sucesso da produção de vinho da Instituição, a adega Cartuxa, instalada no antigo refeitório da Casa Jesuíta de Descanso, foi melhorada. Destas, vale a pena mencionar a grande reestruturação que teve lugar entre 1993 e 1995, o que permitiu a renovação e expansão de todos os sectores da adega, aumentando consideravelmente o seu potencial de vinificação e a sua capacidade de armazenamento.
De equipamentos anteriores, hoje em dia em desuso, mas inovadores no momento em que foram introduzidos, ainda há exemplos devidamente preservados como ânforas argelinas para a fermentação de vermelhos (vats construídos em betão, com auto vinificadores) e depósitos de cimento onde a fermentação dos vinhos brancos ocorreu. Estes tanques de armazenamento, construídos em cimento e posteriormente revestidos dentro da resina para anular a porosidade do cimento, remontam aos anos 50 do século passado, pré e pós período de guerra, quando seu uso era prática comum.
A nova Adega Cartuxa, localizada na Herdade de Pinheiros, permite receber todas as uvas produzidas nas vinhas da Fundação, e tem em sua gênese três instalações tecnológicas que a distinguem dos outros: capacidade de refrigeração eficaz; possibilidade de classificar toda a uva na entrada da adega e manipulação e transferência de massas apenas pela gravidade.